quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Descoberta nova espécie de dinossauro no Brasil

Ganhamos uma nova espécie de dinossauro pescoçudo!
Sim! Isso mesmo!
Fósseis com cerca de 90 milhões de anos foram achados em Presidente Prudente (SP). Um animal de 8 metros de comprimento, membro dos titanossauros, grupo de grandes dinossauros herbívoros, foi encontrado na região.
Em meio a um grupo que incluía os maiores animais terrestres de todos os tempos, numa época pródiga em gigantes, o Brasilotitan nemophagus não passava de um "baixinho" de "apenas" 8 metros de comprimento, por enquanto, a menor espécie brasileira de saurópode, como eram conhecidos os dinos quadrúpedes, comedores de plantas e de pescoço longo. Já foram encontradas espécies brasileiras que chegavam perto dos 20 metros.
A descrição formal da criatura de 90 milhões de anos, com base em fragmentos da mandíbula, da coluna e da pelve, está em artigo que acaba de sair na revista científica "Zootaxa".Os responsáveis pela descoberta são
William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília (SP), que achou os fósseis na Rodovia Rapso Tavares e a doutoranda Elaine Machado, do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que analisou a anatomia do saurópode nanico para determinar que, de fato, tratava-se de uma nova espécie.
Em meio a uma série de cacos do período Cretáceo: fragmentos mal preservados de ossos de dinossauros, dentes de crocodilos primitivos e de dinos, escamas de peixe e até coprólitos, ou "cocô fóssil", Nava acabou encontrando um conjunto de ossos que parecia corresponder a um saurópode.
A análise conduzida por Machado (2013) e seus colegas indica que se trata de um membro do grupo dos titanossauros, saurópodes caracterizados por "calombos" ósseos espalhados por seu couro. Quase todos os dinos pescoçudos do Brasil já descritos pela ciência pertencem a esse grupo.

IDENTIFICAÇÃO COMPLICADA:
Muitas vezes o problema é que esses fósseis apresentam poucas peças, como por exemplo apenas um conjunto de vértebras ou uma mandíbula. A cabeça é item raríssimo para esse grupo. Sendo assim, essa espécie, vinda diretamente do interior de São Paulo é, atualmente, um dos mais completos titanossauros do Brasil: os pesquisadores acharam parte da mandíbula, além de pedaços da pelve e de uma pata, e claro, junto com as sempre presentes vértebras (Machado, 2013).

Segundo Machado (2013), apesar da dificuldade de comparar os restos das espécies já conhecidas, é baixa a probabilidade de os paleontólogos estarem encontrando restos do mesmo bicho em cada lugar e dando nomes diferentes para cada caco. "Geralmente são animais adultos ou subadultos, então provavelmente não são apenas variações morfológicas devido à idade do espécime", diz ela. "E, em muitos casos, também estamos falando de locais e idades diferentes." Mesmo assim existe a possibilidade que titanossauros de várias espécies, com diferentes estilos de vida e tamanho, convivessem no Brasil pré-histórico.
Uma pista a esse respeito vem do fragmento da mandíbula do Brasilotitan nemophagus. O animal tinha uma bocarra quadrada, diferentemente de alguns de seus parentes, o que pode indicar adaptações para se alimentar de determinada planta.
E, por falar em alimento, um dos cacos do pescoçudo, um ílio (osso da pelve), apresenta marcas de mordidas que parecem ter sido feitas por um dinossauro carnívoro.

Baseado no texto de REINALDO JOSÉ LOPES em COLABORAÇÃO PARA A FOLHA de SP


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